Munido ou não do acessório no rosto, quem visita ou mora em Petrópolis, mais cedo ou mais tarde, desperta um olhar próprio da cidade. Sem necessidade de consulta para atestar a troca de lentes, mudam-se os pontos de vista e, com eles, a sensação de pertencimento. Há quase 40 anos, assim também são as Óticas Obelisco. Moldadas na empatia, as lentes da loja fazem das armações potentes estruturas capazes de gerar e estimular a mudança.
Quando, em meados da década de 80, o empresário Luiz Felipe Caetano da Silva e Souza, de 68 anos, assumiu, pela primeira vez, a gestão de uma ótica, ele não previa o número de transformações que estavam por vir. Advogado de formação, o Sr. Felipe abriu mão do escritório para defender os interesses do público em um outro ambiente. Motivado pelo irmão a entrar no ramo, ele se viu à frente de um negócio que é extensão do consultório.
Morador de Petrópolis desde os 12 anos, foi em Caxias que Felipe viveu suas primeiras experiências como administrador de óticas. Morando na Serra e descendo diariamente para o trabalho, tão logo viu a oportunidade de manter uma loja na cidade que elegeu como sua morada, ele a abraçou e não largou mais. Comprador da então modesta Ótica Obelisco, que ficava numa estreita loja próxima ao Café Rio Branco, ele também expandiu sua visão.
“Eu mantinha a loja em Petrópolis para ter como ficar na cidade duas vezes por semana. Acabou que o mercado se mostrou receptivo. Eu acreditei na praça e troquei minhas bandeiras”. Chegando a administrar 30 óticas no Estado, Felipe conta hoje com 5 lojas em Caxias e outras 5 em Petrópolis, sendo 3 delas parte do grupo Óticas Obelisco. Estimulado pelos desafios do comércio, o visionário descreve suas quatro décadas como comerciante.
Nas imagens, as lojas situadas na Rua do Imperador, números 799 e 509, respectivamente. Fotos: Petrópolis Sob Lentes
“Gosto mesmo é dos desafios do comércio. A gente tem que se reinventar, senão fica para trás. Ao mesmo tempo em que te estressa, te impulsiona a ser um ser pensante”. Inspirado pelo pai, Vinicius de Barros Souza, de 37 anos, já segue os passos do patriarca. Também formado em advocacia, ele, a exemplo de Felipe, optou por fazer a diferença em outra esfera e a se ver motivado pelos elos que constrói e as vidas que transforma.
“Comecei a trabalhar com meu pai assim que me formei na escola, aos 17. Chegou um determinado momento em que eu vi que o Direito no Brasil não é tão justo, e isso me decepcionou um pouco. Meu pai me ensinou que o maior patrimônio da ótica não são os óculos, mas o cliente. O elo que a gente cria com ele. O tenho como exemplo. Se eu alcançar metade do que meu pai conquistou, vou estar feliz”, exprime Vinicius.
Num dia a dia em que a alegria de oferecer soluções aos problemas oculares recebidos é maior do que eventuais dificuldades, ficam satisfeitos os clientes e, da mesma forma, aqueles que movimentam as engrenagens para tornar a mudança possível. Amiga de Felipe desde os 14 anos de idade, Tânia Conforte, de 64, fez uma transição profissional em que, de instrumentadora cirúrgica, passou a vendedora e, mais tarde, gerente da ótica.
Tendo que se reinventar, Tânia aprendeu que, dentro de uma ótica, é necessário haver postura, dedicação e confiança nos vendedores tal qual um paciente confia em um médico. “A ótica é um segmento que é continuação de um consultório médico. Você tem que ser amigo, mas muito profissional. Tenho clientes que me acompanham nesses 16 anos”, diz Tânia, que divide sua evolução com a também funcionária Creusa Reis, de 57 anos.
Parte da história das Óticas Obelisco há quase 20 anos, Creusa trabalha no caixa da loja matriz e também na área administrativa. Movida pelo prazer em atender, ela oferece um diferencial – a maneira com que acolhe os clientes através do uso de uma lente própria da empatia. Tendo descoberto, anos antes de trabalhar na ótica, que havia perdido a visão do olho esquerdo, Creusa se relaciona com o mundo de maneira diferente desde então.
“Antes, eu questionava muito o porquê disso ter acontecido comigo e, logo depois, eu vim trabalhar dentro de uma ótica. Aqui eu vi que, às vezes, a dificuldade começa tão cedo. Vi que as pessoas têm dificuldades maiores do que as minhas. Crianças”, reflete Creusa. E se é a energia a responsável por criar a realidade, um aspecto é certo: da chegada das lentes à montagem de cada uma, existe carinho e comprometimento em cada etapa.
Aos 40 anos, Marco Aurélio Nicolau é o responsável pela montagem das lentes que são direcionadas às três lojas das Óticas Obelisco, localizadas na Rua do Imperador 737, 799 e 509. Com 19 anos de casa, é ele quem molda as lentes nos formatos das armações. Em contato direto com as soluções entregues a cada cliente, ele fala sobre a emoção que é ajudar e contribuir para uma mudança de olhar, seja para uma criança ou adulto.
“É uma área de saúde e a gente ajuda a pessoa a enxergar o mundo de uma forma diferente. Outro dia eu fiz óculos para uma criança de 5 anos. Eu já montei óculos até de 29 graus. São pessoas que, às vezes, têm 0,5 de visão”. Gratificante, o segmento desperta novos olhares em quem passa a contar com um acessório extra e, principalmente, naqueles cujo ponto de vista e a visão passam a ser pautados pelas lentes da empatia.
(Matéria produzida a convite da CDL Petrópolis e veiculada no site da entidade em 14/11/2021)