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Eletrônica Teffé: há 46 anos lar de quem é bem atendido e acolhido no comércio

Em clima de família, a equipe tem funcionários com mais de 40 anos de casa!

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Para o fotógrafo francês Henri Cartier-Bresson, “fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração”. Com quase meio século de atuação no comércio petropolitano, é certo que a Eletrônica Teffé se tornou também registro da cidade; sinônimo de estabelecimento que pensa no freguês, o enxerga e o carrega junto de si.

Onde o bom humor dos funcionários caracteriza a loja tanto quanto faz um letreiro, a Eletrônica Teffé é uma das principais e mais respeitadas casas comerciais de Petrópolis. Referência no segmento, a marca desperta no público e em seus colaboradores a sensação de amizade, quase como se tivesse nascido para ser um amigo com quem sempre contar.

Colaborador mais antigo da empresa, Jorge Pedro Martins, de 61 anos, fala com orgulho sobre os 44 anos de dedicação à marca. Gratificante, a jornada tem consistido no aprendizado diário e na importante tarefa de dar continuidade ao legado iniciado pelos fundadores – dona Nadir Antunes Machado, o marido Carnelio e os filhos Miguel e Marilea.

Do lado esquerdo da imagem, Miguel, seguido da irmã Marilea. Foto: Arquivo/Eletrônica Teffé

“A loja foi fundada em 1975, tendo a dona Nadir como esteio da casa. Ela sempre foi a cabeça da Eletrônica Teffé. O marido e os filhos foram o coração”. Tendo na figura do senhor Miguel o equivalente a um pai, ele comenta a confiança depositada pelo patrão na equipe, que há alguns anos fez a eles um convite único: o de arrendar o negócio.

“O que ele fez pelos funcionários é mais do que alguns pais fazem pelos filhos. Ele colocou a chave nas nossas mãos. Foi quem me ensinou tudo”, diz Jorge, que destaca a valorização do cliente e do próximo como uma das principais lições transmitidas por Miguel. “Pedra preciosa”, como ele mesmo descreve, o freguês precisa ser cativado.

Numa relação familiar em que a união faz a força, para os funcionários da Eletrônica Teffé não existe tempo fechado. Determinados a fazer ecoar cada vez mais a marca, como brinca Luiz Carlos de Brito, de 57 anos, por lá “a tristeza salta de alegria”. Prestes a completar 40 anos de casa, foi na loja que ele teve seu primeiro e único emprego.

Foto: Petrópolis Sob Lentes

Sorriso certo no balcão, para Luiz o segredo para se trabalhar no comércio é estar de bem com a vida e estimular entre o público a mesma postura. “Entrei quando eu tinha 17 anos. Aos poucos a gente vai aprendendo a dar valor ao trabalho e dar continuidade àquilo que é bom para o futuro. O cliente é nosso patrão e a chave é o bom humor”, expressa.

Harmonioso, não é de surpreender saber que o ambiente acolhe de imediato quem chega nele – tanto de um lado, quanto do outro do balcão. Aconteceu com o Jorge, com o Luiz e com o restante da equipe. Eduardo Teixeira Vogel, de 56 anos, trabalhou pela primeira vez na loja em 1986. Saiu por um período e retornou faz 20 anos. 

Questionado sobre o significado da Eletrônica Teffé em sua caminhada, ele não hesita em dizer que o estabelecimento é como uma segunda casa que acolhe, faz crescer e que se orgulha em ter uma rotina ditada pela alegria dos colaboradores. “A gente se sente bem. Tem uma amizade que a gente desenvolveu ao longo dos anos”, expressa Eduardo.

Propósitos bem alinhados

Voltando à afirmação de Henri Cartier-Bresson, se fotografar é colocar na mesma linha a cabeça, o olho e o coração, a Eletrônica Teffé já dispõe de um amplo acervo de registros. Com os clientes sempre junto da equipe – em pensamento e nas decisões tomadas, é certo que os propósitos da loja estão bem alinhados com o que buscam os fregueses.

Para se ter ideia, Luis Vanderlei, de 55 anos, recorda o começo de sua história de 38 anos dentro da empresa. Empregado sem experiência prévia no ramo, ele relembra a dedicação integral ao curso intensivo liderado por dois de seus principais professores: Miguel e a irmã, Marilea. Transformador, o aprendizado o moldou em quem é hoje.

“Eu não sabia de nada que estava na loja, mas expliquei que se tivessem paciência eu faria o meu melhor. Eu tinha sempre uma folhinha e escrevia tudo que eles me falavam. Eles me ensinavam, eu escrevia numa folha A4 e no ônibus e em casa eu ia lendo. Foram dois ótimos professores que eu tive. Eles sempre nos incentivaram a crescer”, conta Vanderlei.

Em prol constante do coletivo, os colaboradores dão início às suas carreiras na Eletrônica Teffé cientes da relação de companheirismo que está por vir. Ainda que seja o funcionário mais recente da casa, Guilherme Amaro, de 28 anos, já acumula 10 anos na loja e a certeza de que sonho que se sonha junto, de fato, se torna realidade.

Em constante aprendizado, como ele mesmo descreve, não tem quem saiba de tudo, uma vez que, todos os dias, há uma nova lição. “A patroa me dizia que eu aprenderia muitas coisas. O bom era para eu guardar e o restante descartar. Tudo que era bom foi somado e a gente foi criando um aprendizado muito grande”, conclui Guilherme.

Foto: Petrópolis Sob Lentes

Numa via de mão dupla em que o funcionário bem atende e o cliente é bem acolhido, na Eletrônica Teffé há sempre espaço para a lente da empatia. Alegre, o ambiente é retrato de uma equipe comprometida com o coletivo e com o freguês. Afinal, por lá a pedra preciosa é enxergada e parte fundamental de uma história escrita em parceria com o público.

(Matéria produzida a convite da CDL Petrópolis e veiculada no site da entidade em 12/12/2021)

Carolina Freitas

Jornalista e escritora, Carolina Freitas se dedica ao resgate e à valorização da memória petropolitana a partir da produção de reportagens e curtas-metragens sobre a história, o comércio, e a vida da cidade.

7 Comments

  1. São todos meus amigos a 40 anos
    Comprei minha primeira TV a cores
    Com Luiz
    Era uma panacolor
    Panasonic de selector
    Não tinha controle as primeiras que saíram
    Deus abençoe a todos !!

  2. Ótimo pessoal, atencioso e cativante! Compro com eles desde que a loja ainda estava no endereço antigo, mais adiante na mesma Rua Barão de Teffé.

    E visitar a loja é certeza de ser bem recebido – eles não deixam de brincar comigo: “E aí, professor? O que o senhor vai querer hoje?” brincando com o fato de, uma vez, eu ter dito que havia sido catedrático e dado aulas de circuitos lógicos em uma universidade em La Paz, Bolívia. rs

    E tenho por certo de que esta boa recepção e carinho são dispensados a todos e cada um dos clientes que adentram na loja!

    Que a empresa tenha vida longa e ainda muito mais êxitos, nos anos vindouros, com essa bela equipe!

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