Ainda que geólogo e, portanto, formado na ciência que estuda as transformações da terra, foi no comércio que o petropolitano André Monsores realmente fez a análise do terreno demarcado e, mais do que uma loja de produtos artesanais, projetou na ‘Sabor de Cacau’ a pedra fundamental para o desenvolvimento do encontro de amigos na Sete de Abril.
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Situado entre o Mediterrâneo e as montanhas, há quem diga que o Líbano parece estar suspenso entre o céu e o mar. Não distante do referido pensamento é a descrição atribuída ao comerciante libanês Hamid Saikali. Dotado de um espírito empreendedor, ele instalou em Petrópolis seu caminho entre as nuvens e a terra a partir da loja de roupas Beirute.

Especializada na venda de presentes, nem mesmo o encerramento das atividades da loja foi capaz de fazer com que ela abandonasse sua essência: a de fazer e ser lembrada. Após 43 anos ininterruptos de serviços prestados à cidade, a Exodus se mostrou, de fato, rito de passagem, movimento e, sobretudo, satisfação.

A juventude petropolitana não vivia na Idade da Pedra, mas ainda assim foi capaz de identificar semelhanças entre a cidade fictícia de Bedrock e Petrópolis. Se na primeira havia Fred, dos Flintstones; na segunda pairava a expectativa de que uma lanchonete chamada Flins abrisse. Na mesma calçada existiriam, então, Freddy, Flins e Toni’s.

Detentora de uma ampla fachada, foi a Casa Matriz também abrangente no quesito memória. Merecedora do título pelo qual foi nomeada se tornou, acima de tudo, lembrada por seu caráter manancial; próprio da loja que representou a origem de laços empregatícios, familiares e, principalmente, afetivos.

Cozido, feijoada, dobradinha, leitão assado, coelho ensopado. Parâmetro máximo de qualidade nos chamados ‘pratos pesados’, era o Penafiel, contudo, prato cheio para quem – apostando na fome como melhor tempero – almejava a leveza da alma. Afinal, até mais do que as lendárias receitas, foi o restaurante peça fundamental na construção de caráter.

Mal capaz de assinar o próprio nome, o senhor Antônio Kneipp Filho foi contra as probabilidades. Se dedicou ao estudo da tabuada para bem administrar o armazém Pompim, no Alto da Serra, e, a exemplo do que acontecia com os ovos que vendia, entendeu que é quando a força é projetada de dentro para fora que a vida começa.

Construídas sob tramas, as peças da Mayfair eram dignas de quem suas linhas interpretasse. À espera de quem por elas se interessasse, tinham suas histórias confiadas aos cabides. E, na mesma facilidade com que cruzavam mares até chegarem às estantes, em instantes conquistavam o cliente, que as mercadorias lia e percorria.

Com exceção dos tecidos, que facilmente poderiam virar capa, o senhor Carlos Luiz Pereira não usava cartola e nem dela tirava um coelho, mas ainda assim era tido como mágico. Longe, porém, de ser descrito como ilusionista, enfeitiçava o público pela realização do que, até então, era tido apenas como ficção.